Listening / A ouvir : U2 – The Fly
I like going to the movies alone: if in one hand that means we don’t have someone to share impressions leaving the cinema, on the other hand we can think thoroughly on what we have seen and, in my case, listen to the conversations of those that go with company. For a while I’ve noticed that there are many people that consume formats instead of contents (“living” the baudrillardian simulacrum everyday) and that often cross our paths (many were the people that I’ve known that claimed that they only liked to go to King – a cinema in Lisbon that usually displays independent and foreign films – as if that alone could be a sign of good taste or any intelectual activity) and that becomes evident on the conversations listened by chance leaving a cinema.
When I left Saldanha Residence around midnight after seeing “The Motorcycle Diaries” my head was in a turmoil: Walter Salles film caused this flood of ideias on the meaning of Che (what is is meaning today? Is it possible for a new Che to arise, being so needed taking in account the situation in South America?), on this article I had read in the afternoon about this new leaderless social structure that has been revealing itself very effective as a form of resistance and on the production of images in our already too visual society (seeing the actor that played Che, Gael Garcia Bernal, and recognizing him from Almodóvar’s latest film, I couldn’t help laughing imagining a cross-dresser Che and I kept remembering Piotr Uklanski’s work “Die Nazis” – The nazis, in german – a series of fotographs of weel-known movie-actors in german officer roles that caused such a scandal that even one of the actors in the series tried to destrot his picture). I’ll try to explore all these ideas in future posts but in this one I want to tell some of the things I heard while leaving the cinema.
The cinema was full (in Portugal most cinemas have a monday-fare, cheaper than usual so monday nights is usually packed) and by my side were two gilrfriends: typical office-employees, dressed in the same outfit (or very much alike) that, besides getting in when the movie had already started, presented me with the first pearl of the night when the credits were barely started: “What an awful trip! I don’t even know why they made a movie out of it!”, I could immediately see that their preferred vacation is one of those beaches with palmtrees we see on the ads, property of some many-stared resort, in some island where the poverty level is such that makes the beach even more dreamy. Leaving the cinema the multiplicity of the audience revealed itself (at least in their age and “type” because their socio-economic status was ver similar) and so did their comments. From the simplest “very nice” to the more complex argument I was surrounded by every kind of comment but there was one that caught my attention: “... it agrees with a book I’m reading on Tianamen” I heard one vegetarian-spiritual-radical couple (patchouly-scented, mesh coat, ripped ou patched shirt, sandals, daypack) while they went to their car. I asked myself just what kind of political conscience is this that makes one read books on Tianamen and see films on revolutionary heroes?
I remember when by the end of last year I was constantly being harassed on the street to participate in a signature collection to try to repeat the referendum on voluntary interruption of pregnancy (politically correct term for abortion). I know that my “type” fits, at least apparently, on the kind of people that usually participate on this kind of things but in my cynicism i know that the referendum mechanism doesn’t work and that it is not a signature collection that will have a true effect on the national assembly (for those of you that wonder what was the end result of that collection: the proposal was presented and, after being voted on, promptly rejected, the too-literal warholians15 minutes of fame). I remeber the arguments I had at the time on political conscience and social intervention and other common-place and pre-conceived ideas and have now understood that this couple is exactely that kind of people: owning a car, wearing the hide of the animals they refuse to eat, assuming an informed stand on socio-political events, discussing the palestinian conflit on the cafe while drinking Coke (with ice and lemon), that forward all emails that attack multinacionals or reveal the torture done on little animals or about little children in hospitals, that talk a lot and do nothing unless someone harasses them on the streets and then revealing their activism in all its splendor. “Hasta la vitória, siempre!” as long as that does not imply more than reading the paper, forwarding emails or going to the movies...
I don’t describe myself as someone with a political or social conscience: I try to understand what surrounds me and to provoke a critical stand on the people around me. More than bathroom-revolutionaries we need people with open eyes and minds.
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Eu gosto de ir ao cinema sozinho: se por um lado não temos ninguém com quem trocar impressões ao sair da sala, por outro podemos também reflectir com mais cuidado sobre o que acabámos de ver e, no meu caso, escutar as conversas (importantes ou ambíguas, aparentemente sem moralizar, já cantava o outro) de quem sai acompanhado. Já há um quanto tempo que tomei conta de que há muitas pessoas que consomem formatos e não conteúdos (“vivendo” o simulacro baudrillardiano todos os dias) e que se cruzam connosco nos locais onde vamos (muitas foram as pessoas que conheci que proclamavam que só gostavam de ir aos cinemas King, como se isso por si só fosse sinal de bom gosto ou de uma qualquer actividade intelectual) e isso torna-se evidente nestas conversas escutadas ao acaso a sair de um filme.
Quando saí do Saldanha Residence por volta da meia-noite depois de ter visto “Os Diários de Che Guevara” a minha cabeça estava num turbilhão: o filme de Walter Salles provocou em mim uma enchente de ideias sobre a personagem do Che (sobre qual seria o seu significado hoje, se seria possível aparecer hoje um novo Che, tão necessário tendo em conta a situação da América do Sul) sobre um artigo que tinha lido à tarde, sobre uma nova forma de estrutura social sem líderes que se tem revelado bastante eficaz como forma de resistência e sobre a produção de imagens na nossa sociedade já de si tão visual (ao ver o actor que fazia de Che, Gael Garcia Bernal, e reconhecendo-o do último filme do Almodóvar, não consegui deixar de me rir ao imaginar um Che transformista e só me lembrava da obra “Die Nazis” – Os Nazis, em alemão, não em inglês – de Piotr Uklanski constituída unicamente por uma série de fotografias de actores de cinema conhecidos em papéis de oficiais nazis e que provocou tanta polémica que um dos actores representados na série chegou a tentar destruir a sua foto). Vou tentar explorar todas essas ideias que me assaltaram em posts futuros mas neste quero referir algumas das coisas que ouvi então a sair da sala de cinema.
A sala estava cheia (segunda-feira à noite, o dia dos pobres, já dizia um amigo meu) e, ao meu lado, estavam duas amigas: tipo administrativas, vestidas de fato iguais (ou muito parecido) que, para além de terem entrado já o filme tinha começado, me presentearam com a primeira pérola da noite mal tinham começado os créditos: “Que viagem horrível! Nem sei porquê fazer um filme sobre isto!”, imaginei logo que o seu ideal de férias será talvez uma qualquer praia, daquelas que se vê anunciadas com palmeiras, propriedade de uma estância turística com muitas estrelas, numa qualquer ilha em que o nível de pobreza faz com que a praia seja ainda mais idílica. Já a sair da sala, a heterogeneidade da audiência revelou-se em seu esplendor (pelo menos no que se refere às idades e aos “tipos” de pessoas, porque o nível sócio-económico mostrou-se muito semelhante) e os seus comentários também. Desde o mais simples “Muito giro” ao discurso mais complexo fui rodeado por todo o tipo de comentários mas houve um que me incomodou: “... está de acordo com o livro que estou a ler sobre Tianamen...” ouvi de um casal daqueles vegetarianos-espirituais-radicais no vestir (casaco de malha, camisola rota ou remendada, sandália de couro de enfiar o dedo, mala a tira-colo) enquanto se dirigiam para o seu carro. Perguntei-me que tipo de consciência política é esta que faz com que se leia livros sobre Tianamen e se vejam filmes sobre heróis revolucionários?
Lembro-me quando no fim do ano passado estava constantemente a ser abordado na rua para participar numa campanha de recolha de assinaturas para tentar fazer um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (termo politicamente correcto para aborto). Eu sei que o meu tipo é o que aparentemente encaixa no tipo de pessoas que costumam participar nestas coisas mas no meu cinismo sei já que o sistema de referendo não funciona e que não é uma recolha de assinaturas que vai ter um efeito real na Assembleia (para os curiosos que se perguntam qual o resultado dessa recolha: a proposta foi apresentada pelo Bloco de Esquerda na Assembleia e, após votação, prontamente rejeitada, 15 minutos de fama warholianos demasiado literais). Lembro-me das discussões que tive na altura sobre consciência política e sobre intervenção social e outros lugares-comuns e ideias feitas e percebi agora que este casal são exactamente este tipo de pessoas: com carro próprio a gasolina, que usam a pele dos animais que não querem comer, que assumem uma posição de grande informação sobre os acontecimentos sócio-políticos, que discutem o problema palestiniano no café à frente de uma Coca-Cola (com gelo e limão), que fazem o forward de todos os emails que atacam as multinacionais ou revelam as torturas aos animaizinhos ou sobre as criançinhas nos hospitais, que muito falam e pouco fazem a não ser que sejam importunados na rua e aí se revela em todo o seu esplendor o seu activismo. “Hasta la vitória, siempre!” desde que isso não implique mais do que ler o jornal, fazer o forward de emails ou ir ao cinema...
Não me defino como alguém com consciêcia política ou social: tento perceber o que me rodeia e provocar nas pessoas à minha volta uma atitude crítica. Mais do que revolucionários-de-casa-de-banho precisamos de pessoas com os olhos e mentes abertos.
sexta-feira, outubro 29, 2004
The Motorcycle Diaries / Diários de Che Guevara
Listening / A ouvir: Astor Piazzola & Kronos Quartet – Loving
Ernesto Che Guevara was undoubtebly an importat reference in the ideological panorama, but what does “Che” mean nowadays? Walter Salles, with writer Jose Rivera’s help, explores just that in this movie. More than a story of two young men on a trip through South America, Salles draws a socio-political map of the region and tries to find in that register the development of a future “Che”, still in a seminal state, in Ernesto’s character. This search becomes even more obvious if we take in account the economical situation of the region: Salles seems to want to inspire new “Che”s without using his best-known image, that has reached the state of a simulacrum (even Andy Warhol used it in one of his paintings), but the one of a young man with needs similar to every young man today and by revealing the human potential of the region that becomes evident to both characters though their journey. With a photography of an extreme beauty and with the excelent acting of Gael Garcia Bernal and Rodrigo de la Serna, this is without a doubt a must-see movie.
Ernesto Che Guevara foi, sem dúvida, uma referência importante no panorama ideológico, mas o que significa actualmente o “Che”? Walter Salles, com a ajuda do escritor Jose Rivera, explora exactamente isso neste filme. Mais do que uma história de dois jovens que embarcam numa viagem através da América do Sul, Salles elabora o mapa sócio-político da região e procura nesse registo o desenvolvimento de um futuro “Che”, ainda em estado seminal, dentro da personagem de Ernesto. Esta procura torna-se ainda mais óbvia se tivermos em conta a situação económica na zona: Salles parece tentar inspirar novos “Che”s sem usar a imagem mais conhecida, que atingiu já um status de simulacro (até Andy Warhol a usou num dos seus quadros), mas a de um jovem com vontades semelhantes a todos os jovens actuais e mostrando todo o potencial humano da região que se vai revelando aos dois personagens na sua viagem. Com uma fotografia de um beleza extrema e com as actuações excelentes de Gael Garcia Bernal e de Rodrigo de la Serna, este é sem dúvida um filme a não perder.
Ernesto Che Guevara was undoubtebly an importat reference in the ideological panorama, but what does “Che” mean nowadays? Walter Salles, with writer Jose Rivera’s help, explores just that in this movie. More than a story of two young men on a trip through South America, Salles draws a socio-political map of the region and tries to find in that register the development of a future “Che”, still in a seminal state, in Ernesto’s character. This search becomes even more obvious if we take in account the economical situation of the region: Salles seems to want to inspire new “Che”s without using his best-known image, that has reached the state of a simulacrum (even Andy Warhol used it in one of his paintings), but the one of a young man with needs similar to every young man today and by revealing the human potential of the region that becomes evident to both characters though their journey. With a photography of an extreme beauty and with the excelent acting of Gael Garcia Bernal and Rodrigo de la Serna, this is without a doubt a must-see movie.
Ernesto Che Guevara foi, sem dúvida, uma referência importante no panorama ideológico, mas o que significa actualmente o “Che”? Walter Salles, com a ajuda do escritor Jose Rivera, explora exactamente isso neste filme. Mais do que uma história de dois jovens que embarcam numa viagem através da América do Sul, Salles elabora o mapa sócio-político da região e procura nesse registo o desenvolvimento de um futuro “Che”, ainda em estado seminal, dentro da personagem de Ernesto. Esta procura torna-se ainda mais óbvia se tivermos em conta a situação económica na zona: Salles parece tentar inspirar novos “Che”s sem usar a imagem mais conhecida, que atingiu já um status de simulacro (até Andy Warhol a usou num dos seus quadros), mas a de um jovem com vontades semelhantes a todos os jovens actuais e mostrando todo o potencial humano da região que se vai revelando aos dois personagens na sua viagem. Com uma fotografia de um beleza extrema e com as actuações excelentes de Gael Garcia Bernal e de Rodrigo de la Serna, este é sem dúvida um filme a não perder.
domingo, outubro 24, 2004
sexta-feira, outubro 22, 2004
Before Sunset / Antes do Anoitecer
Listening / A ouvir: Tori Amos & Bjork - Wrapped around your finger (Live Police cover)
Yesterday I saw Before Sunset and, even though I couldn't quite remeber it's precessor, it touched me in a strange way. The story is a simple one: Jesse and Celine, who had a one-night affair nine years before and never met since even though they had arranged to do it, find each other and spend the afternoon together. Ethan Hawke and Julie Delpy blew me away with their amazing acting, both physical (the awkwardness of the firts kiss, the need of touching the other and the self-constraint not to do it, climaxing with the amazing scene of the two climbing the stairs to her apartment and growing silent and anxious with each step) and spoken (I even thought that they had improvised most of the film). On top of all this there's the dialogue... trying to find each other, to recognize in this older person before them the one they had known so many years ago, to find part of the magic of their previous encounter, they talk about everything I find around me on people about my age: the growing older, the commitments, the relationships one had and the loss of inocence, the loss of the ability of being able to surrender oneself without fears or consequences...
I’m still a bit younger than the characters but after having gone through a failed marriage, the attempts of trying to rebuild a love life after years in a stable relationship and the inevitable heartbreaks, I could somehow connect with this film to a point in a way that I could not with the previous one (I’m a sucker for romance but I’ve always been a bit cynic about it). Maybe there’s still hope...
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Ontem vi o Antes do Anoitecer e, mesmo não me lembrando do filme que o precede, tocou-me de uma maneira estranha. A história é simples: Jesse e Celine, que tiveram uma relação de uma noite nove anos antes e nunca mais se encontraram mesmo tendo combinado fazê-lo, encontram-se e passam a tarde juntos. Ethan Hawke e Julie Delpy surpreederam-me com a sua representação, tanto física (o constragimento do primeiro beijo, a vontade de tocarem-se e o esforço para não o fazer, culminando com a cena fabulosa dos dois a subirem as escadas que levam ao apartamento dela e a ficarem mais calados e ansiosos com cada degrau) como verbal (cheguei a pensar que tinham improvisado maior parte do filme). E depois há o diálogo... tentado encontrar-se um ao outro, reconhecer na pessoa mais velha à sua frente a pessoa que conheceram tantos anos antes, encontrar parte da magia do seu encontro prévio, falam de tudo o que eu encontro à minha volta em pessoas com a minha idade: o ficar mais velho, os compromissos, as relações que se teve e a perda da inocência, a perda da capacidade de se entregar sem medos ou consequências...
Ainda sou mais novo que as personagens mas depois de ter passado por um casamento falhado, as tentativas de reconstruir uma vida amorosa depois de tantos anos numa relação estável e as inevitáveis desilusões, identifiquei-me com o filme de uma maneira que não consegui com o anterior (adoro romance mas sou um bocado cínico em relação a ele). Talvez ainda haja esperança...
Yesterday I saw Before Sunset and, even though I couldn't quite remeber it's precessor, it touched me in a strange way. The story is a simple one: Jesse and Celine, who had a one-night affair nine years before and never met since even though they had arranged to do it, find each other and spend the afternoon together. Ethan Hawke and Julie Delpy blew me away with their amazing acting, both physical (the awkwardness of the firts kiss, the need of touching the other and the self-constraint not to do it, climaxing with the amazing scene of the two climbing the stairs to her apartment and growing silent and anxious with each step) and spoken (I even thought that they had improvised most of the film). On top of all this there's the dialogue... trying to find each other, to recognize in this older person before them the one they had known so many years ago, to find part of the magic of their previous encounter, they talk about everything I find around me on people about my age: the growing older, the commitments, the relationships one had and the loss of inocence, the loss of the ability of being able to surrender oneself without fears or consequences...
I’m still a bit younger than the characters but after having gone through a failed marriage, the attempts of trying to rebuild a love life after years in a stable relationship and the inevitable heartbreaks, I could somehow connect with this film to a point in a way that I could not with the previous one (I’m a sucker for romance but I’ve always been a bit cynic about it). Maybe there’s still hope...
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Ontem vi o Antes do Anoitecer e, mesmo não me lembrando do filme que o precede, tocou-me de uma maneira estranha. A história é simples: Jesse e Celine, que tiveram uma relação de uma noite nove anos antes e nunca mais se encontraram mesmo tendo combinado fazê-lo, encontram-se e passam a tarde juntos. Ethan Hawke e Julie Delpy surpreederam-me com a sua representação, tanto física (o constragimento do primeiro beijo, a vontade de tocarem-se e o esforço para não o fazer, culminando com a cena fabulosa dos dois a subirem as escadas que levam ao apartamento dela e a ficarem mais calados e ansiosos com cada degrau) como verbal (cheguei a pensar que tinham improvisado maior parte do filme). E depois há o diálogo... tentado encontrar-se um ao outro, reconhecer na pessoa mais velha à sua frente a pessoa que conheceram tantos anos antes, encontrar parte da magia do seu encontro prévio, falam de tudo o que eu encontro à minha volta em pessoas com a minha idade: o ficar mais velho, os compromissos, as relações que se teve e a perda da inocência, a perda da capacidade de se entregar sem medos ou consequências...
Ainda sou mais novo que as personagens mas depois de ter passado por um casamento falhado, as tentativas de reconstruir uma vida amorosa depois de tantos anos numa relação estável e as inevitáveis desilusões, identifiquei-me com o filme de uma maneira que não consegui com o anterior (adoro romance mas sou um bocado cínico em relação a ele). Talvez ainda haja esperança...
segunda-feira, outubro 18, 2004
Dungeons & Dragons
Listening / A ouvir: Tom Waits - Waltzing Matilda
Today, the 18th, is celebrated the anniversary of Dungeons & Dragons: 30 years ago the visionay Gary Gygax created a system that allows us to enter a world of fantasy and to interact with it. Although an avid fantasy reader, my discovery of the game came late in my life: first by the absence of the market in Portugal (I can still remember the trouble of finding Terry Pratchett's Discworld series, Weis and Hickman's Dragonlance Chronicles, R. A. Salvatore's Icewind Dale Trilogy... not to mention the awful Tolkien editions that were available!) and then by the lack of friends to do it, but I can still remeber the cold pizza and flat coke fueled all-nighters, lived in some fantastic world, searching for some magic item or even trying to save the multiverse...
Nowadays there's a whole range of fantasy-related games, fantasy books flood the market (especially after Peter Jackson's Lord of the Rings) but Dungeons & Dragons still is a reference. My sister is now pregnant and I can hardly wait to introduce my nephew to Dungeons & Dragons! Thanks Gygax!
---
Hoje, dia 18, comemora-se o aniversário do jogo Dungeons & Dragons: foi há 30 anos que o visionário Gary Gygax imaginou um sistema que nos permite entrar num mundo de fantasia e interagir com ele. Apesar de um ávido leitor de fantasia, descobri o jogo um bocado tarde: primeiro pela ausência de um mercado em Portugal (ainda me lembro a dificuldade que tive em achar a série do Discworld do Terry Pratchett, as crónicas de Dragonlance por Weis e Hickman, a Trilogia Icewind Dale de R. A. Salvatore... para não falar das miseráveis edições de Tolkien que havia!) e depois por falta de companheiros para o fazer, mas ainda me lembro bem das noitadas alimentadas a pizza fria e coca-cola sem gás, vividas num qualquer mundo fantástico, à procura de um qualquer item mágico ou mesmo a tentar salvar o multiverso...
Agora há uma parafernália de jogos ligados à fantasia, os livros de fantasia inundam o mercado (especialmente depois d'O Senhor dos Anéis de Peter Jackson) mas o Dungeons & Dragons continua uma referência. A minha irmã está grávida e eu mal posso esperar para introduzir o meu sobrinho o Dungeons & Dragons! Obrigado Gygax!
Today, the 18th, is celebrated the anniversary of Dungeons & Dragons: 30 years ago the visionay Gary Gygax created a system that allows us to enter a world of fantasy and to interact with it. Although an avid fantasy reader, my discovery of the game came late in my life: first by the absence of the market in Portugal (I can still remember the trouble of finding Terry Pratchett's Discworld series, Weis and Hickman's Dragonlance Chronicles, R. A. Salvatore's Icewind Dale Trilogy... not to mention the awful Tolkien editions that were available!) and then by the lack of friends to do it, but I can still remeber the cold pizza and flat coke fueled all-nighters, lived in some fantastic world, searching for some magic item or even trying to save the multiverse...
Nowadays there's a whole range of fantasy-related games, fantasy books flood the market (especially after Peter Jackson's Lord of the Rings) but Dungeons & Dragons still is a reference. My sister is now pregnant and I can hardly wait to introduce my nephew to Dungeons & Dragons! Thanks Gygax!
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Hoje, dia 18, comemora-se o aniversário do jogo Dungeons & Dragons: foi há 30 anos que o visionário Gary Gygax imaginou um sistema que nos permite entrar num mundo de fantasia e interagir com ele. Apesar de um ávido leitor de fantasia, descobri o jogo um bocado tarde: primeiro pela ausência de um mercado em Portugal (ainda me lembro a dificuldade que tive em achar a série do Discworld do Terry Pratchett, as crónicas de Dragonlance por Weis e Hickman, a Trilogia Icewind Dale de R. A. Salvatore... para não falar das miseráveis edições de Tolkien que havia!) e depois por falta de companheiros para o fazer, mas ainda me lembro bem das noitadas alimentadas a pizza fria e coca-cola sem gás, vividas num qualquer mundo fantástico, à procura de um qualquer item mágico ou mesmo a tentar salvar o multiverso...
Agora há uma parafernália de jogos ligados à fantasia, os livros de fantasia inundam o mercado (especialmente depois d'O Senhor dos Anéis de Peter Jackson) mas o Dungeons & Dragons continua uma referência. A minha irmã está grávida e eu mal posso esperar para introduzir o meu sobrinho o Dungeons & Dragons! Obrigado Gygax!
More doubts / Mais dúvidas
Listening / A ouvir : Soulwax - Accidents and compliments
Sometimes we meet people that make us dream of more than we have ever dreamt so far. People who enrapture us in all their aspects and who atract us like no one else. We usually call that love. But what happens when, after some advances with some success, all our new-found hopes vanish? What is truly the relationship we have with the other person and how can we measure the reciprocity of the other party?
Por vezes conhecemos pessoas que nos fazem sonhar com mais do que sonhámos até ali. Pessoas que nos cativam com todas as suas facetas e que nos atraem como mais nenhuma. Costumamos chamar a isso amor. Mas o que é que acontece quando, após algumas aproximações com algum grau de sucesso, todas as recém adquiridas esperanças desaparecem? Qual é na realidade a relação que temos com a outra pessoa e como é que se consegue perceber o grau de reciprocidade da outra parte?
Sometimes we meet people that make us dream of more than we have ever dreamt so far. People who enrapture us in all their aspects and who atract us like no one else. We usually call that love. But what happens when, after some advances with some success, all our new-found hopes vanish? What is truly the relationship we have with the other person and how can we measure the reciprocity of the other party?
Por vezes conhecemos pessoas que nos fazem sonhar com mais do que sonhámos até ali. Pessoas que nos cativam com todas as suas facetas e que nos atraem como mais nenhuma. Costumamos chamar a isso amor. Mas o que é que acontece quando, após algumas aproximações com algum grau de sucesso, todas as recém adquiridas esperanças desaparecem? Qual é na realidade a relação que temos com a outra pessoa e como é que se consegue perceber o grau de reciprocidade da outra parte?
Clocks / Relógios
Listening / A ouvir: The Soulsavers - Love
Our western society is ruled by a time shred to the smallest moment. Always trying to overpower our physical and emotional nature by a barren racionality, we also try to control time flow. Any walk through the city streets shows us clocks in every corner. The real Big Brother is not someone who watches out of every angle, it is to create that need in us and always refreshing it. We are our own cops.
A nossa sociedade ocidental é regida por um tempo retalhado ao momento mais ínfimo. Sempre tentando sobrepôr à nossa natureza física e emocional uma racionalidade estéril, tentamos controlar também a passagem do tempo. Um qualquer passeio pelas ruas da cidade revela relógios a cada esquina. O verdadeiro Big Brother não é alguém que nos espreita de todos os ângulos, é criar em nós essa necessidade e estar continuamente a relembrá-la. Nós somos os nossos próprios polícias.
Our western society is ruled by a time shred to the smallest moment. Always trying to overpower our physical and emotional nature by a barren racionality, we also try to control time flow. Any walk through the city streets shows us clocks in every corner. The real Big Brother is not someone who watches out of every angle, it is to create that need in us and always refreshing it. We are our own cops.
A nossa sociedade ocidental é regida por um tempo retalhado ao momento mais ínfimo. Sempre tentando sobrepôr à nossa natureza física e emocional uma racionalidade estéril, tentamos controlar também a passagem do tempo. Um qualquer passeio pelas ruas da cidade revela relógios a cada esquina. O verdadeiro Big Brother não é alguém que nos espreita de todos os ângulos, é criar em nós essa necessidade e estar continuamente a relembrá-la. Nós somos os nossos próprios polícias.
Release / Libertação
Back to the confusion of being trapped in myself. Many times don't know just what to say when I show myself still bound. When I see the someone who makes my heartbeat sound the beauty of being alive... I constrain myself, and constrain the spark that I am in the rough, leaving behind this trembling boy of little interest but great insecureness (overcompensated on top of everything). I hide from myself lots of times... and search for a little corner in wich to deposit all my doubts, like in a lottery I draw excuses (or valid justifications) to keep myself in the quietness of the uncontrollable... Fortunately I've got friends that show me that there are many illusions and that we build most of them just to make acceptable, within us, not dealing with them. Thanks Friend. Thanks.
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Volto à confusão de estar preso por mim próprio. Não sei muitas vezes o que dizer quando, simplesmente me mostro ainda por libertar. Quando vejo a pessoa que me faz o bater de coração soar à beleza de estar vivo... limito-me, e limito o fulminar que sou em bruto, deixando ficar um trémulo rapaz que de interessante tem pouco e que de insegurança (ainda por cima compensada) tem muito. Escondo-me de mim próprio muitas vezes... e procuro um cantinho para depositar todas as minha duvidas, rodo uma tômbola e tiro desculpas (ou justificações perfeitamente válidas) para me forçar a permanecer ainda mais na quietude do incontrolável... Felizmente tenho amigos que me fazem ver que ilusões há muitas e que a grande parte delas somos nós que as criamos para tornar aceitável, dentro de nós, não lidarmos com elas. Obrigado Amigo. Obrigado.
quinta-feira, outubro 14, 2004
Marla
Listening / A ouvir: Grace Jones - La Vie En Rose (Extended)
Much to my surprise, the other day I read that a new genius painter had been discovered in New York… and that she was only 4 years old! I know that when we talk about modern painting the usual reaction is to say that a 4-year-old could have done it but in this case this is too literal.
For a long time now I’ve been trying to understand modern art in all its aspects (especially art after the 60’s) with varying degrees of success. I can now understand that it is possible to defend a work that seem childish by analysing its historical context (either the artist’s or art’s itself) or by focusing on its technical or aesthetic components. “Masterpieces” are then the ones that reveal themselves more strongly in these three points and any work that’s based on just one of them is destined to be forgotten soon (no matter how much the art-market builds it).
A 4-year-old child isn’t able to inscribe her work in an historical or technical perspective. What makes her a “genius”? After researching the subject, I’ve discovered the names of other children that have been considered “geniuses” this past years, dubbed the next Pollock or the next Georgia O’Keefe. A pattern became evident: many of these children are found in the U.S.A., better still, by the North-American art-market, around which seem to bee avid collectors eager to get a painting from the next big thing. I should also add that these “prodigies” have a short life span on the market, going back after a few years to the anonymity of the many would-be-painters that strive all their lives to be recognized.
Many were the times when, in all my cynicism, I’ve said that art was what the market recognized as such, but more than a cynic I’m a someone who has been disillusioned many times and I still believe from time to time that things could be different…I guess that this is not the case. No question that Marla’s paintings are amazing for her age but I still doubt that they are masterpieces and doubt even more that they are worth the values they’re reaching. I imagine the tragedy in a few years when she learns how to draw: if she draws a figure with three fingers in one hand and six on the other will it be considered normal or artistic freedom?
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Qual não foi a minha surpresa no outro dia ao ler que foi descoberto em Nova Iorque um novo génio da pintura... e que tinha quatro anos! Tudo bem que quando se fala em pintura moderna muitas pessoas reagem sempre dizendo que podia ser feito por uma criança de quatro anos mas este caso é demasiado literal.
Há muitos anos que procuro compreender a arte moderna em todas as suas facetas (principalmente a arte depois dos anos 60) com grau relativo de sucesso. Consigo agora perceber que é possível defender uma obra que à partida parece infantil inserindo-a num contexto histórico (do artista e da arte em si) ou focando-nos nos seus aspectos técnicos ou estéticos. As “obras-primas” são então as que se mostram mais marcantes nestes três pontos de vista e qualquer obra que se foque só sobre um deles está destinado ao esquecimento prematuro (mesmo que seja muito empolada pelo mercado artístico).
Uma criança de quatro anos não está habilitada a inscrever as suas obras nem numa perspectiva histórica nem numa técnica. O que faz então este “génio”? Com alguma investigação, fui descobrindo alguns nomes de crianças que de há uns anos para cá têm sido nomeadas como “génios” na pintura, como o próximo Pollock ou a próxima Georgia O’Keefe. Um padrão começou logo a tornar-se evidente: muitas destas crianças são descobertas nos E.U.A., ou melhor, pelo mercado norte-americano, à volta do qual parece haver uma série de coleccionadores ávidos por apanhar um quadro do próximo grande nome da pintura. Diga-se também que estas crianças “prodígio” têm um tempo de vida no mercado muito curto, sendo reabsorvidas pela anonimidade dos muitos pintores que se esforçam por ser conhecidos toda a vida passado algum tempo.
Muitas foram as vezes que, no meu cinismo, disse que arte era tudo o que o mercado reconhecesse como tal, mas sou mais um desiludido do que um cínico e por vezes ainda acredito que as coisas possam funcionar de maneira diferente... Acho que, neste caso, não. Não há dúvida que os quadros da Marla são impressionantes para a idade que ela tem, mas duvido que possuam as características de uma obra-prima e ainda mais que seja justificado o preço que andam a atingir no mercado. Imagino a tragédia que vai ser quando começar a aprender desenhar: se desenhar personagens com três dedos numa mão e seis noutra será considerado normal ou liberdade artística?
Much to my surprise, the other day I read that a new genius painter had been discovered in New York… and that she was only 4 years old! I know that when we talk about modern painting the usual reaction is to say that a 4-year-old could have done it but in this case this is too literal.
For a long time now I’ve been trying to understand modern art in all its aspects (especially art after the 60’s) with varying degrees of success. I can now understand that it is possible to defend a work that seem childish by analysing its historical context (either the artist’s or art’s itself) or by focusing on its technical or aesthetic components. “Masterpieces” are then the ones that reveal themselves more strongly in these three points and any work that’s based on just one of them is destined to be forgotten soon (no matter how much the art-market builds it).
A 4-year-old child isn’t able to inscribe her work in an historical or technical perspective. What makes her a “genius”? After researching the subject, I’ve discovered the names of other children that have been considered “geniuses” this past years, dubbed the next Pollock or the next Georgia O’Keefe. A pattern became evident: many of these children are found in the U.S.A., better still, by the North-American art-market, around which seem to bee avid collectors eager to get a painting from the next big thing. I should also add that these “prodigies” have a short life span on the market, going back after a few years to the anonymity of the many would-be-painters that strive all their lives to be recognized.
Many were the times when, in all my cynicism, I’ve said that art was what the market recognized as such, but more than a cynic I’m a someone who has been disillusioned many times and I still believe from time to time that things could be different…I guess that this is not the case. No question that Marla’s paintings are amazing for her age but I still doubt that they are masterpieces and doubt even more that they are worth the values they’re reaching. I imagine the tragedy in a few years when she learns how to draw: if she draws a figure with three fingers in one hand and six on the other will it be considered normal or artistic freedom?
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Qual não foi a minha surpresa no outro dia ao ler que foi descoberto em Nova Iorque um novo génio da pintura... e que tinha quatro anos! Tudo bem que quando se fala em pintura moderna muitas pessoas reagem sempre dizendo que podia ser feito por uma criança de quatro anos mas este caso é demasiado literal.
Há muitos anos que procuro compreender a arte moderna em todas as suas facetas (principalmente a arte depois dos anos 60) com grau relativo de sucesso. Consigo agora perceber que é possível defender uma obra que à partida parece infantil inserindo-a num contexto histórico (do artista e da arte em si) ou focando-nos nos seus aspectos técnicos ou estéticos. As “obras-primas” são então as que se mostram mais marcantes nestes três pontos de vista e qualquer obra que se foque só sobre um deles está destinado ao esquecimento prematuro (mesmo que seja muito empolada pelo mercado artístico).
Uma criança de quatro anos não está habilitada a inscrever as suas obras nem numa perspectiva histórica nem numa técnica. O que faz então este “génio”? Com alguma investigação, fui descobrindo alguns nomes de crianças que de há uns anos para cá têm sido nomeadas como “génios” na pintura, como o próximo Pollock ou a próxima Georgia O’Keefe. Um padrão começou logo a tornar-se evidente: muitas destas crianças são descobertas nos E.U.A., ou melhor, pelo mercado norte-americano, à volta do qual parece haver uma série de coleccionadores ávidos por apanhar um quadro do próximo grande nome da pintura. Diga-se também que estas crianças “prodígio” têm um tempo de vida no mercado muito curto, sendo reabsorvidas pela anonimidade dos muitos pintores que se esforçam por ser conhecidos toda a vida passado algum tempo.
Muitas foram as vezes que, no meu cinismo, disse que arte era tudo o que o mercado reconhecesse como tal, mas sou mais um desiludido do que um cínico e por vezes ainda acredito que as coisas possam funcionar de maneira diferente... Acho que, neste caso, não. Não há dúvida que os quadros da Marla são impressionantes para a idade que ela tem, mas duvido que possuam as características de uma obra-prima e ainda mais que seja justificado o preço que andam a atingir no mercado. Imagino a tragédia que vai ser quando começar a aprender desenhar: se desenhar personagens com três dedos numa mão e seis noutra será considerado normal ou liberdade artística?
terça-feira, outubro 12, 2004
Kafka
Yesterday I've finished reading Deleuze and Guattari's book on Kafka. After so many years I'm still amazed by the applicability of their theories and even more when it is applied to Kafka, whose work I really loved before, but never managed to see it quite under the lhe light of those theories.
Great book if you're already into D&G (and Kafka, obviously) but quite obscure if your new to their theories (and they can be quite complex in some points).
Strangely I'm feeling a great need to re-read Kafka: I've read it so long ago that I couldn't remember many of the examples they used throughout the book...
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Ontem acabei de ler o livro de Deleuze e Guattari sobre Kafka. Depois de tantos anos ainda consigo ficar surpreendido com a aplicabilidade das teorias deles e ainda mais quando aplicadas a Kafka, de cujo trabalho já gostava tanto, mas nunca o tinha visto à luz dessas teorias.
Bom livro se já se conhece D&G (e Kafka, obviamente) mas bastante obscuro para quem é novo nas suas teorias (que podem ser bastante complexas nalguns pontos).
Estranhamente, estou a sentir uma grande necessidade de reler Kafka: já o li há tanto tempo que não me consegui lembrar de muitos dos exemplos que foram usados no livro...
Great book if you're already into D&G (and Kafka, obviously) but quite obscure if your new to their theories (and they can be quite complex in some points).
Strangely I'm feeling a great need to re-read Kafka: I've read it so long ago that I couldn't remember many of the examples they used throughout the book...
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Ontem acabei de ler o livro de Deleuze e Guattari sobre Kafka. Depois de tantos anos ainda consigo ficar surpreendido com a aplicabilidade das teorias deles e ainda mais quando aplicadas a Kafka, de cujo trabalho já gostava tanto, mas nunca o tinha visto à luz dessas teorias.
Bom livro se já se conhece D&G (e Kafka, obviamente) mas bastante obscuro para quem é novo nas suas teorias (que podem ser bastante complexas nalguns pontos).
Estranhamente, estou a sentir uma grande necessidade de reler Kafka: já o li há tanto tempo que não me consegui lembrar de muitos dos exemplos que foram usados no livro...
sábado, outubro 09, 2004
Derrida died / Morreu Derrida
Listening / A ouvir: Kings of Convenience - Misread
From a very early age, i've searched mental models that could help me in my life, organizational structures to use and abandon when they grow obsolete, structures that seem to explain past events and help overcome present problems, always keeping alive the fear of becoming trapped in a constraining structure or in any system of beliefs.
At 14 I've found Nietzsche, at 17 Debord and the situacionists, at 18 Deleuze and Foucault and in these last few years Baudrillard, Feyerabend and Derrida, among others, having brought together my artistic needs to philosophy. I have a close relation with philosophy and that's why I feel sad when one of the great name in modern philosophy disappears: Jacques Derrida died.
For quite a long time I've tried to separate the author from his work but I can't stop grieving his death. I feel like we're running out of philosophers, that philosophy is disappearing from this world that's growing grayer and global. We need people that make us think and widen our horizons so we can advance as humans. The contentment with mediocrity spread through globalization is a constant danger that we have to fight.
Derrida is dead: let us honor him by inventing new philosophies!
---
Desde muito cedo que procuro modelos mentais que me auxiliem na vida, estrutras organizativas para usar e abandonar quando se tornam obsoletas, estruras que me parecem explicar acontecimentos passados e ajudar a superar problemas actuais, mantendo sempre vivo em mim o terror de ficar preso numa estrutura mental limitante ou a um qualquer sistema de crenças.
Aos 14 anos descobri Nietzsche, aos 17 Debord e os Situacionistas, aos 18 Deleuze e Foucault e nestes últimos anos Baudrillard, Feyerabend e Derrida, entre outros, tendo aproximado as minhas necessidades artísticas à filosofia. Tenho, então, uma relação com a filosofia muito próxima e é por isso que me sinto triste quando um dos grandes nomes da filosofia moderna desaparece: morreu Jacques Derrida.
Desde há muito que tento separar o autor da sua obra mas não consigo deixar de sentir a sua morte. Sinto que estamos a ficar sem filósofos, que a filosofia está a desaparecer deste mundo cada vez mais cinzento e "global". Precisamos de pessoas que nos façam pensar e nos abram os horizontes para podermos avançar como humanos. O contentamento com a mediocridade propagado pela globalização é um perigo constante que temos de combater.
Derrida morreu: vamos honrá-lo inventando novas filosofias!
From a very early age, i've searched mental models that could help me in my life, organizational structures to use and abandon when they grow obsolete, structures that seem to explain past events and help overcome present problems, always keeping alive the fear of becoming trapped in a constraining structure or in any system of beliefs.
At 14 I've found Nietzsche, at 17 Debord and the situacionists, at 18 Deleuze and Foucault and in these last few years Baudrillard, Feyerabend and Derrida, among others, having brought together my artistic needs to philosophy. I have a close relation with philosophy and that's why I feel sad when one of the great name in modern philosophy disappears: Jacques Derrida died.
For quite a long time I've tried to separate the author from his work but I can't stop grieving his death. I feel like we're running out of philosophers, that philosophy is disappearing from this world that's growing grayer and global. We need people that make us think and widen our horizons so we can advance as humans. The contentment with mediocrity spread through globalization is a constant danger that we have to fight.
Derrida is dead: let us honor him by inventing new philosophies!
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Desde muito cedo que procuro modelos mentais que me auxiliem na vida, estrutras organizativas para usar e abandonar quando se tornam obsoletas, estruras que me parecem explicar acontecimentos passados e ajudar a superar problemas actuais, mantendo sempre vivo em mim o terror de ficar preso numa estrutura mental limitante ou a um qualquer sistema de crenças.
Aos 14 anos descobri Nietzsche, aos 17 Debord e os Situacionistas, aos 18 Deleuze e Foucault e nestes últimos anos Baudrillard, Feyerabend e Derrida, entre outros, tendo aproximado as minhas necessidades artísticas à filosofia. Tenho, então, uma relação com a filosofia muito próxima e é por isso que me sinto triste quando um dos grandes nomes da filosofia moderna desaparece: morreu Jacques Derrida.
Desde há muito que tento separar o autor da sua obra mas não consigo deixar de sentir a sua morte. Sinto que estamos a ficar sem filósofos, que a filosofia está a desaparecer deste mundo cada vez mais cinzento e "global". Precisamos de pessoas que nos façam pensar e nos abram os horizontes para podermos avançar como humanos. O contentamento com a mediocridade propagado pela globalização é um perigo constante que temos de combater.
Derrida morreu: vamos honrá-lo inventando novas filosofias!
quinta-feira, outubro 07, 2004
1st test / 1o teste
Listening/A ouvir: Tiga - Pleasure From The Bass
After years of reading other people's blogs and after some friends urging me to do so I finally started my own blog.
I'm still not sure about what I should write about but I know that once I get started things will begin to flow :)
Unsure as to what language I should use, I've decided to post both in english (wich is the language I'm most used to reading) and in portuguese (my native language). I'm sure that errors will occur in both languages but that won't stop me from posting ;)
This post is, as the title suggests, just an test. I'll begin working on a real post after checking all the settings and exploring what I can and cannot do here :)
-
Após anos a ler blogs de outras pessoas e após a sugestão de alguns amigos, finalmente criei o meu próprio blog.
Ainda não estou muito seguro sobre o que escrever mas sei que assim que começar as coisas vão começar a fluir :)
Sem saber bem que língua utilizar, decidi fazer os posts em inglês (que é a língua em que mais leio) e em português (a minha língua materna). Tenho a certeza que vão surgir erros nas duas línguas mas isso não me vai impedir de escrever ;)
Este post é, como o título sugere, apenas um teste. Vou começar a trabalhar num post a sério depois de ter verificado todas as configurações e de explorar o que posso e não posso fazer aqui :)
After years of reading other people's blogs and after some friends urging me to do so I finally started my own blog.
I'm still not sure about what I should write about but I know that once I get started things will begin to flow :)
Unsure as to what language I should use, I've decided to post both in english (wich is the language I'm most used to reading) and in portuguese (my native language). I'm sure that errors will occur in both languages but that won't stop me from posting ;)
This post is, as the title suggests, just an test. I'll begin working on a real post after checking all the settings and exploring what I can and cannot do here :)
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Após anos a ler blogs de outras pessoas e após a sugestão de alguns amigos, finalmente criei o meu próprio blog.
Ainda não estou muito seguro sobre o que escrever mas sei que assim que começar as coisas vão começar a fluir :)
Sem saber bem que língua utilizar, decidi fazer os posts em inglês (que é a língua em que mais leio) e em português (a minha língua materna). Tenho a certeza que vão surgir erros nas duas línguas mas isso não me vai impedir de escrever ;)
Este post é, como o título sugere, apenas um teste. Vou começar a trabalhar num post a sério depois de ter verificado todas as configurações e de explorar o que posso e não posso fazer aqui :)
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